Tema 01: Escolas do pensamento econômico: Legados e Continuidades

Autor(a): William (4ª Fase)


Como um homem de seu tempo, Karl Marx estava certo sobre o destino do capitalismo: caso o pauperismo continuasse a se alastrar pelo mundo, gerando desigualdades como vinha gerando no tempo da hegemonia do liberalismo clássico, não haveria sociedade mercantil que sobrevivesse por mais muito tempo. Entretanto Marx não previu um elemento fundamental: Keynes.

Com todo respeito aos colegas liberais, mas se o pensamento econômico tivesse seguido com Stuart Mill à frente, não haveria mais capitalismo para defendermos. "Ah então você é socialista! quer acabar com a propriedade privada e fazer do Brasil uma nova Venezuela!". Não, definitivamente não. Minha tese é justamente de que o capitalismo é a melhor forma de organização econômica que já existiu, e é por isso que vos apresento o maior pesadelo de Marx: John Maynard Keynes.

Em nossa história recente, temos que admitir que foi com a chegada da Grande Depressão, na virada dos anos 1920 para 1930, que nosso querido sistema mais chegou próximo de ruir. Foi nesse contexto, no entanto, que Keynes compreendeu que ou reformamos o capitalismo, ou a crise exacerbaria os problemas aos mais pobres, fazendo triunfar ou o comunismo soviético (que a essa altura já estava posto), ou o fascismo (que avançaria com o capitalismo, é bem verdade, mas sem resquício nenhum de liberdades individuais). Esta é a mágica do keynesianismo!

Ao contrário dos mais ortodoxos, o reformismo econômico de Keynes levava em conta considerações econômicas e políticas, compreendendo que o bom funcionamento do capitalismo depende também de uma grande reforma à moral de sua época que, na verdade, foi o elemento central à crise. Partindo da revolução marginalista de Marshall (com quem teve aula), Keynes fez surgir toda uma nova ciência: a Macroeconomia, notando que não há sociedade que se mantenha sem as condições básicas, sem o emprego que garanta a demanda à produção.

Ora, se a economia fosse baseada na poupança, como queriam os entusiastas ceguetas da Lei de Say, seria possível que grande parte da população morresse de fome, pois nada garantiria sua integração no sistema na inexistência de investimentos produtivos. O pleno emprego, ao contrário, deixa todos de barriga cheia, evitando reclamações: o pobre tem emprego e pode consumir, e o rico fica ainda mais rico, pois produz o que o pobre precisa para comer, e ainda pode especular quanto a todo o resto, desde que não deixe de investir produtivamente. É claro que para isso uma classe tão retrógrada quanto os latifundiários não têm espaço, mas qualquer leitor um pouco menos fanático vai concordar de que não se trata de fazer, como queriam os socialistas, uma socialização dos meios de produção, apenas do investimento... não há "luta de classes" que resista a isso.

Caso ainda não tenha ficado claro o ponto aqui tratado, deixo aqui o seguinte questionamento: houve, na história do Brasil, um período melhor ao capitalismo que o do Governo Lula? Não! Lula é a expressão máxima da "conciliação de classes": um político capitalista por excelência! Lula não fez mais do que dar MERCADO aos brasileiros! Um financiamento de habitação aqui... um financiamento de faculdade ali... uma bolsa contra a fome acolá... e tudo fica bem com a produção: as empresas investem como nunca, porque tem quem comprar, e até os bancos faturam como nunca faturaram. Esses são princípios básicos de economia e de política, compreendidos há tempo por gênios como William Petty, mas não por engenheiros como Henrique Meirelles que, enquanto assistem a movimentações de caravanas vindas até do nordeste para Curitiba para defender Lula, lançam candidaturas suicidas que não chegam nem a 1% das intenções de voto.


 

BartahTown

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