Embora possa não parecer, a organização da estrutura universitária é um fator que afeta a todos os estudantes do curso. A bem da verdade, sabemos que essa questão não é nova e, como pode ser visto adiante, é problemática ao ponto de unir pensamentos tão distintos como o do geógrafo Milton Santos e de um colunista do Terraço Econômico. Como a realidade da UFSC (e de nosso departamento) está inteiramente imersa na realidade nacional, vale a leitura deste texto.


"[...] Formam-se grupos de poder e de influência entre os membros da comunidade acadêmica, os quais aparelham e capturam as instituições, mandando, desmandando e ditando seus rumos e perpetuando-se nas posições de chefia. Nesses casos, como disse o geógrafo, vale mais a pena investir o tempo em cópulas sociais – quando não físicas – com colegas influentes do que em estudos, pesquisas e publicações.

Outro aspecto dessa formação de panelinhas é a endogenia: a produção das futuras gerações acadêmicas no interior da própria universidade, sem muito espaço para influências externas. Isso está bem documentado por uma pesquisa do departamento de ciência da computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre circulação de pesquisadores no Brasil. Analisando cerca de seis mil pesquisadores brasileiros, o grupo observou que apenas 20% (um quinto do total, portanto) constroem suas carreiras profissionais a mais de quinhentos quilômetros (500km) de onde fizeram sua formação universitária. A avassaladora maioria permanece nos entornos de sua alma mater, o que facilita – geograficamente, inclusive – a perpetuação de esferas de influência.

O efeito mais pernicioso dessa estrutura de reprodução endogâmica e endogênica é o engessamento e a falta de circulação – não só de pessoas, mas de ideias. Gerações atuais costumam repetir ou, na melhor das hipóteses, reformular os trabalhos realizados por seus orientadores e orientadoras e, consequentemente, treinar gerações futuras para seguir na mesma toada: a repetição da repetição, ad nauseam. Ora, a força das universidades e da vida acadêmica reside precisamente em sua capacidade de abertura a novas ideias. "

BartahTown

Aviso ao usuário


O Centro Acadêmico Livre de Economia (CALE) é a entidade máxima de representação específica aos estudantes de Economia da UFSC. Sua função essencial é defender os interesses estudantis.

Centro Acadêmico Livre de Economia | CALE - Todos os direitos reservados

Desenvolvido por Gestão de Web.